DOXAS

27 setembro 2006

“E Ele lhes disse: quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome; venha o Teu reino; dá-nos, cada dia, o nosso pão quotidiano, e perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a qualquer que nos deve; e não nos conduzas em tentação, mas livra-nos do mal.” Lucas 11.1-4

As orações que aparecem em Mateus e Lucas estão revestidas do desejo do Mestre ensinar os seus discípulos a orar correctamente. São ensinadas em diferentes contextos e uma das vezes é resultado de uma solicitação nesse sentido. Não há intenção de Jesus que ela passe a ser uma oração de repetição, apenas que seja revestida de alguns aspectos de importância. Primeiro, Deus, O Pai, é o receptor das nossas solicitações; é ao trono do Pai Celestial que nos dirigimos na condição de filhos menores, completamente dependentes e desprovidos de qualquer carga emocional de relacionamento. O “abba” do judeu é o “papá” ou “paizinho” dos nossos dias. Segundo, é nossa responsabilidade santificar o Nome do nosso Deus. Ele já é santo de qualquer forma e em todo o tempo e nada podemos fazer a esse facto; quer o temamos ou não, Ele continuará a ser sempre santo! Mas pelo facto de nos dirigirmos ao Pai Celestial devemos por isso tornar o Seu nome santo, reverenciá-Lo em nossa mente, coração e palavras. Pelo facto de ser santo, justifica-se a nossa completa e total reverência! Terceiro, a oração deve ser um pedido do que nos faz falta; a maior necessidade que temos é de receber o reino de Deus em abundância; somos cidadãos do reino celestial e não faz sentido pedir outra coisa. Ao pedir do Seu reino estamos a pedir de tudo o que nos preenche e está em falta, isto é, aquilo que não conseguimos realizar por nós mesmos e que é a patente do reino—a Sua vontade! Quarto, nunca o Mestre negou ou desprezou a humanidade que carregamos; Ele apenas a reduziu à importância subalterna dos valores espirituais. Quem busca o reino em abundância encontra a subsistência para a peregrinação presente! Quinto, o perdão é pertença do reino mas oferecido numa base proporcional à oferta. O Mestre ensinou isso noutros contextos (Mateus 18.23-35). Sexto, a tentação é a susceptibilização da humanidade que carregamos mas com ela é-nos oferecida a livrança, também ela característica daquele que deseja o reino acima de tudo. A oração de Jesus evidencia a “arte” de estar neste mundo correctamente, recebendo de Deus os favores sem a perda real do que realmente somos—seres carentes de um Pai Celestial, todos os dias!